Então é natal. Época de
festejar, comprar, consumir, ver, rever e mais outros tantos verbos que eu não
vou citar agora, mas que poderia citar em um outro momento...
Nasci em uma família com
tradições um pouco diferentes das demais, digamos, até... Meio rústicas, ou
caipiras. Nunca fui iludida com árvores de natal, presentes, piscas- piscas
renas ou aquelas bolas de isopor com gliter que custam os dois olhos da cara. Porém,
recordo-me que desde pequena nos reuníamos para um almoço, para
um gole daqueles vinhos mais baratos que existem nos mercados, para uma boa
conversa, uma boa história e ótimas risadas. Na maioria das vezes na fazenda do
meu avô (assim que ela é conhecida), um lugar muito simples, de encantos
naturais (encantos naturais foi ótimo, não?) com rios, cachoeiras, e árvores frutíferas.
Nessa época que eu via todos os meus primos e primas, tios e tias (e olha que
não são poucos) e não me faltava amor...
Passaram-se os anos, a família
se afastou e não nos reunimos mais todos na casa do meu falecido avô... Que por
coincidência ou não, ironia ou não, faleceu há dois anos, no dia 24 de dezembro
na véspera do natal. Porém, como tradição é tradição, minha pequena família ainda
se reúne nessa data, e ainda damos boas risadas e tomamos vinho barato. Sem
árvores de natal, sem piscas, sem bolas caríssimas. Apenas comunhão, desfrutando da presença de amigos
que também são família. Com poucos presentes, mas ao meu ver, muito carinho.
A gente vai envelhecendo e
começa a entender coisas não antes entendidas. Como por exemplo: O verdadeiro
sentido do natal. Árvores, luzes, enfeites e presentes? Um velho barbudo,
renas, duendes e filmes do Didi na televisão? Não. O nascimento de Jesus? Não
sei, talvez. Mas é engraçado famílias cristãs comemorarem o nascimento de Jesus
com uma cultura meio suspeita... Mas isso não vem ao caso. O caso é que ao meu
ver. Natal é um dia especial, porque é um momento onde você pode estar ao lado
de pessoas que não podem estar sempre com você. Um momento de rir, brincar,
agradecer pelo ano, às pessoas que te fazem feliz, ou como diz um
cantor/comediante australiano muito interessante: “Poder voltar para as pessoas
que te fazem se sentir verdadeiramente segura no mundo”.
Conheço pessoas que
realmente odeiam o natal. A comercialização, a hipocrisia e toda a falsidade
que rola nesses dias. E não vou negar que eu concordo que rola tudo isso mesmo.
Como diz um amigo: “Neguinho mete a facada nas suas costas o ano todo, daí fim
de ano vem apertar sua mão e te desejar tudo de bom...” (O resto teve que ser
censurado). Eu nunca fui de pensar assim, de odiar algo por ele ser uma
mentira, até porque quem sabe o que é verdade nisso tudo que chamamos de vida?
Prefiro valorizar o que é realmente é importante pra mim. Como estar com minha
pequena família, e com meus amigos de longas datas que também são família, e
poder falar muita besteira, contar histórias e apenas me diverti. Sem grandes
presentes ou presente algum.
Eu realmente gosto de natal.
Mesmo com todas as minhas suspeitas, com o controle midiático, com o
capitalismo selvagem, o consumismo desenfreado, com suas falsidades, hipocrisias...
Eu sei que aqui dentro... Dentro da minha casa, perto das pessoas que eu
verdadeiramente amo no mundo... Aqui é algo verdadeiro. É... Eu realmente gosto
do natal! Gosto até das luzes, das árvores e de ver as pessoas animadas por
poderem comprar e comprar. Gosto até de ver as crianças animadas e um dia poder
pensar que meus filhos também ficaram animados. Mas não pelas luzes, nem pelos
enfeites, nem pelos presentes caros. Mas porque poderão estar perto das pessoas
que os amam de verdade. É... Eu realmente gosto do natal!
Feliz Natal :D!
Garota você é simplesmente de mais... Escreve bem pra caramba!
ResponderExcluirFechou com chave de ouro. Feliz Natal Shu :)
ResponderExcluirObrigada Boaz anonimo. Mas nem é isso tudo. x)
ResponderExcluirOoooi ! tudo bem? Cmg sim, eu Adorei o texto e o seu blog, estou seguindo, retribue?
ResponderExcluirbeijos/Em pleno aos quinze