Estava pensando sobre a vida e
toda sua complexidade e tudo que a envolve. Não digo só a vida. Mas o mundo e o
Universo como um todo, cheio de coisas impensáveis para descobrir: Culturas,
línguas, arte e toda a história humana de séculos e séculos, e todos os
mistérios que nos envolvem, o que não deixa de ser a vida, já que tal é todo
esse grande emaranhado de coisas sem sentido que se interligam, ou não, e
continuam a não fazer sentido algum.
Procuro sempre controlar esses
meus devaneios sobre a vida, o Universo e tudo mais para não ficar doida, lelé
da cuca, doidinha de pedra, com um ou vários parafusos a menos, etc, etc... Mas
sobre o que estávamos falando mesmo? Ah, ta... Sobre a vida ser várias vidas.
Eu não sou Espirita, mas gosto de pensar na possibilidade de existir outra vida
aqui nessa vida. E é só porque é tudo tão bom e mal, feio e bonito, complicado
e assustadoramente simples, e eu gosto muito dessa antítese, pelo motivo obvio
de ser uma representação ambulante desta. Sem falar no fato que eu acho tão
injusto a vida ser assim, tão curta. Eu sei que ainda estou jovem pra ficar com
esses pensamentos, mas já sinto as terríveis mazelas do tempo me atormentarem,
a terrível ideia de um dia deixar de existir me assusta!
Tempo, tempo, tempo, tempo... Uma
criação do homem para se autocondenar a todas as coisas ruins dentre a melhor
coisa que existe na vida que é exatamente viver. Não consigo enxergar o homem
como senhor do tempo, no entanto o contrário me parece bem mais aceitável.
Penso, até que a colocação de Caetano lindo (como a Bahia) de chamar o tempo de
um deus seja indiscutivelmente assertiva, já que nossa vida gira em torno do
tempo, de horários e compromissos, e de tudo o mais que está sinonimamente
ligado a essa horripilante palavra (exagerei? Magina!), como: dores, consertos, destinos, esperança, projetos, anos, velhice, desgaste, medos, relógio, bicos de papagaio, rugas, solidão... Tá!
O engraçado que eu sempre acho
que estou perdendo algo da vida, e mais engraçado ainda que eu não faço nada
para achar esse algo que estou perdendo. Na verdade, verdadeira, o que eu quero
falar mesmo, é que: É muita coisa boa na vida pra gente aproveitar em uma vida
só. São muitas línguas pra aprender (principalmente o francês, né gente!). São
muitos livros pra ler, muitos filmes pra assistir, cultura, histórias pra
absorver, muitos amores pra ter. ... Sempre tenho comigo a mania de pensar que
todo ser humano tem algo pra me ensinar. Alguns mais, alguns menos. Disfarço-me
de agente secreto: Observo, escuto... Feito uma esponja, tentando absorver tudo
ao meu redor e mesmo assim nunca é o bastante, afinal são mais de sete Bilhões de
vidas complexas e com algo para me ensinar.
A minha crença me obriga a pensar que existe sim, uma vida após a morte. E que é bem melhor do que essa própria vida. Uma vida dentro da vida... Mas as vezes também me pergunto, se assim como o tempo, a vida perpetua não é uma invenção humana, para amenizar essa ideia de não estar vivendo de maneira absoluta e completa, sabe... Só existindo. Assim como no Universo e todo mais nada ocorre casualmente, ou até ocorre, só que de maneira assustadoramente eficaz, deve haver um sentido e uma causa pra estarmos vivendo. Eu realmente espero que sim. Mas também tenho uma ideia fixa de que só descobre o verdadeiro sentido da vida quem já morreu. Bem... Eu não estou com pressa pra descobrir.
Esse não é um texto que fala sobre
o tempo, nem sobre a vida. Também não é um texto que fala do medo de morrer,
mas sim, um texto com medo de não viver. É um texto com medo de morrer sem ter
deixado nada para trás, ou sem ter realizado tudo que dava pra ter sido
realizado.Dizem que só deixa de viver quem é esquecido. E vejo essa frase de forma muito profunda. Então estou tentando criar um meio de não ser esquecida, ou pelo menos não tão facilmente. E não é que eu queira mudar o mundo, o que eu quero é mudar a vida de pessoas, assim como muitas mudam a minha. Também não é um texto motivacional, até porque eu os abomino. Também
não é um texto cheio de culpa, bem... Talvez seja um texto cheio de culpa! Mas
talvez seja só um texto sem conclusão, porque eu sou péssima em conclusões. Ou
talvez seja um texto cheio de “talvezes”. Mas lá no fundo, é só mais um texto
que “talvezes” para os outros não tenha sentido nenhum, talvez seja algo só meu
e tão profundo que eu não saiba me expressar corretamente, o que ocorre sempre,
mas mesmo assim eu continuo tentando. Um dia minha objetividade melhora, ou
não.
"Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo..."
(Oração ao tempo- Caetano Veloso)
Poxa vei, vc ta escrevendo cada vez melhor. Q inveja =)
ResponderExcluirVamo fazer um trabalho junto aê, vc escreve e eu desenho.
hooo... Inveja nada. Você escreve muuito melhor que eu. Só tem preguiça de faze-lo, né. Mas gostei dessa ideia da parceria. Vamu botar em ação, hehe...
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