segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uma vida em várias vidas.



Estava pensando sobre a vida e toda sua complexidade e tudo que a envolve. Não digo só a vida. Mas o mundo e o Universo como um todo, cheio de coisas impensáveis para descobrir: Culturas, línguas, arte e toda a história humana de séculos e séculos, e todos os mistérios que nos envolvem, o que não deixa de ser a vida, já que tal é todo esse grande emaranhado de coisas sem sentido que se interligam, ou não, e continuam a não fazer sentido algum. 

Procuro sempre controlar esses meus devaneios sobre a vida, o Universo e tudo mais para não ficar doida, lelé da cuca, doidinha de pedra, com um ou vários parafusos a menos, etc, etc... Mas sobre o que estávamos falando mesmo? Ah, ta... Sobre a vida ser várias vidas. Eu não sou Espirita, mas gosto de pensar na possibilidade de existir outra vida aqui nessa vida. E é só porque é tudo tão bom e mal, feio e bonito, complicado e assustadoramente simples, e eu gosto muito dessa antítese, pelo motivo obvio de ser uma representação ambulante desta. Sem falar no fato que eu acho tão injusto a vida ser assim, tão curta. Eu sei que ainda estou jovem pra ficar com esses pensamentos, mas já sinto as terríveis mazelas do tempo me atormentarem, a terrível ideia de um dia deixar de existir me assusta!

Tempo, tempo, tempo, tempo... Uma criação do homem para se autocondenar a todas as coisas ruins dentre a melhor coisa que existe na vida que é exatamente viver. Não consigo enxergar o homem como senhor do tempo, no entanto o contrário me parece bem mais aceitável. Penso, até que a colocação de Caetano lindo (como a Bahia) de chamar o tempo de um deus seja indiscutivelmente assertiva, já que nossa vida gira em torno do tempo, de horários e compromissos, e de tudo o mais que está sinonimamente ligado a essa horripilante palavra (exagerei? Magina!), como: dores, consertos, destinos, esperança, projetos, anos, velhice, desgaste, medos, relógio, bicos de papagaio, rugas, solidão... Tá!

O engraçado que eu sempre acho que estou perdendo algo da vida, e mais engraçado ainda que eu não faço nada para achar esse algo que estou perdendo. Na verdade, verdadeira, o que eu quero falar mesmo, é que: É muita coisa boa na vida pra gente aproveitar em uma vida só. São muitas línguas pra aprender (principalmente o francês, né gente!). São muitos livros pra ler, muitos filmes pra assistir, cultura, histórias pra absorver, muitos amores pra ter. ... Sempre tenho comigo a mania de pensar que todo ser humano tem algo pra me ensinar. Alguns mais, alguns menos. Disfarço-me de agente secreto: Observo, escuto... Feito uma esponja, tentando absorver tudo ao meu redor e mesmo assim nunca é o bastante, afinal são mais de sete Bilhões de vidas complexas e com algo para me ensinar.

A minha crença me obriga a pensar que existe sim, uma vida após a morte. E que é bem melhor do que essa própria vida. Uma vida dentro da vida... Mas as vezes também me pergunto, se assim como o tempo, a vida  perpetua não é uma invenção humana, para amenizar essa ideia de não estar vivendo de maneira absoluta e completa, sabe... Só existindo. Assim como no Universo e todo mais nada ocorre casualmente, ou até ocorre, só que de maneira assustadoramente eficaz, deve haver um sentido e uma causa pra estarmos vivendo. Eu realmente espero que sim. Mas também tenho uma ideia fixa de que só descobre o verdadeiro sentido da vida quem já morreu. Bem... Eu não estou com pressa pra descobrir.

Esse não é um texto que fala sobre o tempo, nem sobre a vida. Também não é um texto que fala do medo de morrer, mas sim, um texto com medo de não viver. É um texto com medo de morrer sem ter deixado nada para trás, ou sem ter realizado tudo que dava pra ter sido realizado.Dizem que só deixa de viver quem é esquecido. E vejo essa frase de forma muito profunda. Então estou tentando criar um meio de não ser esquecida, ou pelo menos não tão facilmente. E não é que eu queira mudar o mundo, o que eu quero é mudar a vida de pessoas, assim como muitas mudam a minha. Também não é um texto motivacional, até porque eu os abomino. Também não é um texto cheio de culpa, bem... Talvez seja um texto cheio de culpa! Mas talvez seja só um texto sem conclusão, porque eu sou péssima em conclusões. Ou talvez seja um texto cheio de “talvezes”. Mas lá no fundo, é só mais um texto que “talvezes” para os outros não tenha sentido nenhum, talvez seja algo só meu e tão profundo que eu não saiba me expressar corretamente, o que ocorre sempre, mas mesmo assim eu continuo tentando. Um dia minha objetividade melhora, ou não. 


"Que sejas ainda mais vivo

No som do meu estribilho

Tempo tempo tempo tempo

Ouve bem o que te digo

Tempo tempo tempo tempo..."

(Oração ao tempo- Caetano Veloso)

2 comentários:

  1. Poxa vei, vc ta escrevendo cada vez melhor. Q inveja =)

    Vamo fazer um trabalho junto aê, vc escreve e eu desenho.

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  2. hooo... Inveja nada. Você escreve muuito melhor que eu. Só tem preguiça de faze-lo, né. Mas gostei dessa ideia da parceria. Vamu botar em ação, hehe...

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