Temporada das flores.

Como quando acontece uma coisa muito boa, que te faz sentir muito feliz, assim é quando chega à primavera pra mim. Não consigo explicar, é só que parece que não nascem só flores nas plantas que vejo lá fora. Acontece algo aqui, dentro de mim!

Tenho em mim todo o calor e o frio, uma mistura dessas duas coisas que compõe essa minha personalidade cheia de contradições. Posso estar alegre e saltitante e logo depois cair em uma melancolia sem explicação. Não se espante, não é culpa sua. 

Quando a primavera começa a se anunciar, as pessoas se alegram mais, ficam mais sorridentes, mais amigáveis. Não sei como vocês não conseguem notar isso. Só eu consigo? O fato é que eu me sinto, de forma mais feliz, completa, resolvida. Sei que não deveria ser assim, que deveria ser uma constantes. Mas constância não é uma palavra que combina muito comigo!

O mais bonito da primavera, é que ela chegará. Mesmo que ninguém saiba. Ou que ninguém note as cores que aparecem na cidade, tão preocupados com seus trabalhos, estudos, e sua solidão. Ou que ninguém se importe. Ela chegará, e os passarinhos cantarão canções para os apaixonados, ou não! E as borboletas conversaram... Tão baixinho, que não conseguiremos ouvir. Assim acontece... Como tudo na natureza, e só cabe a nos, meros seres humanos parcialmente evoluídos, acompanhar esse movimento, sem contestar. 

Quem sabe um dia, eu não aprenda a carregar uma eterna primavera dentro de mim. Quando eu desejar e quiser, independente desse ritmo involuntário da natureza.  Enquanto isso passo os dias prestando atenção no movimento dos céus, e acordo com os pássaros cantando canções ritmadas na minha janela (na verdade acordo com o barulho do despertador!), que deixa a luz entrar. Não só nas vidraças, mas movimentando algo no meu dia. 

As andorinhas saem para voar. O céu muda de cor, eu me visto do meu melhor sorriso, e saio pra caminhar.  Acompanhada ou não. Ouvindo uma das tantas canções escritas dos apaixonados para a primavera. Eu vivo, ou finjo. Que a primavera desse ano não seja efêmera! 

"Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação" (Cecília Meireles)